Parasitas em cães: sintomas e tratamento

Os parasitas são organismos capazes de colonizar um hospedeiro e alimentar-se à sua custa. No caso específico dos cães, existem vários agentes parasitas que podem causar doenças. Os sintomas associados à presença de parasitas em cães variam muito e dependem principalmente dos órgãos e tecidos afetados.

Neste artigo, iremos descobrir mais sobre os tipos, sintomas e tratamentos de parasitas em cães.

Tipos de parasitas em cães

Há uma variedade de parasitas que podem infetar ou infestar cães. A classificação destes parasitas patogénicos pode basear-se em numerosos critérios, mas o método mais comum é dividi-los em dois grupos, com base na localização que ocupam no hospedeiro:

  • Ectoparasitas ou parasitas externos: Estão localizados fora do corpo, ou seja, na pele e no pelo dos cães.
  • Endoparasitas ou parasitas internos: Localizam-se no interior do corpo e parasitam tanto nas cavidades corporais como em vários órgãos e tecidos.

Abaixo, veremos com mais detalhe os ectoparasitas e endoparasitas mais comuns nos cães.

parasitas em cães: sintomas e tratamento

Tipos de parasitas externos em cães

Os ectoparasitas incluem uma variedade de artrópodes parasitas em cães que podem ser classificados em dois grupos principais:

  • A subclasse Acari: Esta subclasse inclui carraças e ácaros.
  • A classe Insecta: Esta classe inclui pulgas, piolhos, mosquitos, e moscas.

Tipos de parasitas internos em cães

Os ectoparasitas que infestam os cães podem ser divididos em dois grandes grupos:

  • Protozoários: estes são organismos microscópicos unicelulares. Este grupo inclui flagelados (tais como Giardia) e coccidia (tais como Cystoisospora, Cryptosporidium, Neospora, Hammondia, Sarcocystis e Babesia).
  • Helmintos: Estes são organismos multicelulares que são geralmente visíveis a olho nu no estado adulto.

Dentro dos helmintos, existem também dois grupos bem diferenciados:

  • Vermes Redondos: conhecidos como nematódeos (tais como Toxocara, Toxascaris, Ancylostoma, Uncinaria, Strongyloides, Trichuris, Dirofilaria e Thelazia).
  • Vermes ou ténias: estes incluem cestodes (como Taenia e Echinococcus) e trematódeos (como Opistorchis, Alaria alata, e Paragonimus). Atualmente, as trematódeses são muito raras em cães.

Qual é a diferença entre infeção e infestação?

Tendo aprendido sobre os diferentes tipos de parasitas em cães mais comuns, é importante esclarecer a diferença entre “infeção” e “infestação”.

Na medicina, o termo infestação é frequentemente utilizado apenas para infestações ectoparasitárias externas, enquanto que o termo infeção se refere a doenças endoparasitárias internas.

Sintomas de parasitas em cães

Cada espécie de parasita tem um ciclo biológico diferente que envolve a infeção de diferentes órgãos e, em alguns casos, a migração através de diferentes tecidos corporais. Portanto, as doenças parasitárias podem ter sinais clínicos muito diferentes, dependendo dos tecidos do corpo que são afetados.

Se um cão tem parasitas, é importante saber quais os sintomas a procurar. Os sinais clínicos mais comuns observados em cães parasitados são:

  • Sinais digestivos: Diarreia, vómitos, perda de apetite, inchaço.
  • Sinais cardiorrespiratórios: Tosse, dispneia, fadiga, intolerância ao exercício.
  • Sinais dermatológicos: Comichão, alopecia, descamação, eritema, pústulas, crostas, etc.
  • Alterações neurológicas: Circulação, desorientação, incapacidade de usar um ou mais membros, sensibilidade ao toque e/ou mudanças de comportamento, convulsões, e fraqueza súbita ou inexplicável e/ou tropeço.
  • Outras alterações na aparência física: Perda de peso e retardamento do crescimento.

Devemos notar que, por vezes, o animal pode estar parasitado e não ter sintomas. É por isso que a desparasitação regular é importante.

Como é que os parasitas se propagam nos cães?

Os modos de transmissão de parasitas em cães podem ser divididos em dois grandes grupos:

  • Transmissão direta: por contacto direto entre animais infetados, pela via fecal-oral (quando as fezes de animais infetados contaminam o ambiente e a água), pela ingestão de tecidos infetados (especialmente de ruminantes e roedores), pela via lactogénica ou transplacentária.
  • Transmissão indireta: por vetores, tais como carraças e mosquitos.

Para que uma infeção parasitária ocorra, os cães devem necessariamente entrar em contacto com a forma infeciosa de um parasita. Além disso, há uma série de fatores predisponentes que favorecem o desenvolvimento de uma infeção parasitária. Alguns dos fatores de risco mais importantes nos cães são:

  • Idade: Os animais jovens são mais suscetíveis aos parasitas devido à sua imaturidade imunológica.
  • Deficiências de higiene: ambientes com humidade excessiva e limpeza e ventilação deficientes favorecem a sobrevivência de parasitas no ambiente.
  • Sobrepopulação: Comunidades (abrigos, casas, quintas, etc.) que são mal geridas e onde há pouco controlo de higiene são propícias à transmissão deste tipo de doenças.
  • Stress e subnutrição: Ambos os fatores levam à imunossupressão, pelo que os cães que são mal nutridos ou constantemente expostos a um ambiente stressante são mais suscetíveis a infeções parasitárias.
  • Hábitos de caça: Carne e miudezas, especialmente de ruminantes e roedores, podem ser uma fonte de infeção para cães de caça.
  • Animais da quinta: Os cães de pastoreio são mais suscetíveis a estas infeções devido ao possível contacto com erva contaminada por animais da quinta.
  • Consumo de carne crua: Uma dieta baseada no consumo de carne crua e de órgãos representa vários riscos para a saúde, incluindo a transmissão de doenças parasitárias.

Os parasitas em cães são contagiosos para os seres humanos?

Há alguns parasitas que são zoonóticos. Isto significa que eles podem ser transmitidos pelos cães aos seres humanos. Os mais comuns são: Giardia, Cryptosporidium, Echinococcus, Toxocara e Leishmania.

As zoonoses parasitárias podem afetar qualquer pessoa, embora existam certas populações que são particularmente suscetíveis, como por exemplo:

  • Crianças
  • Pessoas imunocomprometidas
  • Criadores de cães
  • Pessoas que estão profissionalmente envolvidas com cães

Para prevenir estas zoonoses parasitárias, é importante saber como os parasitas são transmitidos pelos cães às pessoas. A infeção ocorre normalmente:

  • Por contacto direto com animais parasitados.
  • Pelo consumo de água ou alimentos contaminados de animais infetados (via oral-fecal).
  • Por outro animal, como um mosquito, que pode transmitir a infeção de um cão parasitado a uma pessoa suscetível.

Como é que os parasitas são detetados nos cães?

Existem vários diagnósticos diferenciais que podem ser feitos para cada animal com base nos seus sintomas e situação epidemiológica. Os métodos mais comuns de diagnóstico de parasitas em cães são:

  • Raspagem da pele e trichogramas: para diagnosticar os parasitas externos.
  • Análise coprológica: por meio de esfregaços, técnicas de flutuação ou sedimentação, que permitem a deteção de formas parasitárias nas fezes dos cães.
  • Outros testes laboratoriais: como o imunodiagnóstico (ELISA, imunofluorescência, etc.) e o diagnóstico molecular (PCR).

Como se livrar dos parasitas em cães?

As doenças parasitárias em cães devem ser tratadas com medicamentos antiparasitários. O tratamento deve ser sempre prescrito por um veterinário, dependendo da espécie parasitária responsável pela infeção. Atualmente, existe uma variedade de medicamentos contra parasitas em cães, que podem ser administrados por diferentes vias (oral, parenteral, tópica, ótica, oftálmica, etc.).

O tratamento pode ser complementado com terapia de apoio, conforme necessário, para aliviar os sintomas e prevenir complicações. Esta terapia de apoio pode incluir:

  • Terapia de fluidos
  • Tratamento dietético
  • Transfusões
  • Anti-inflamatórios

Além disso, é importante mencionar que alguns parasitas favorecem a ocorrência de infeções bacterianas secundárias, tais como ancilóstomos ou demodicose. Nestes casos, é importante realizar um tratamento antibiótico complementar.

Alguns parasitas intestinais também podem ser tratados com remédios caseiros, no entanto, deves sempre discutir isto com o teu veterinário e não realizar estes tratamentos sem supervisão profissional.

Como evitar os parasitas em cães?

Os antiparasitários podem ser utilizados como tratamento profilático ou preventivo. É importante notar que a rotina de prevenção contra parasitas em cães pode variar devido à situação epidemiológica na região e aos riscos individuais (por exemplo, caça ou consumo de carne crua) associados a cada animal. Por este motivo, a desparasitação profilática dos cães deve ser adaptada a cada animal e sempre prescrita por um veterinário.

Em geral, a prevenção de parasitas em cães deve incluir o seguinte:

  • Proteção contra parasitas externos: através de coleiras antiparasitárias, pipetas, banhos antiparasitários, sprays, etc.
  • Proteção contra parasitas internos: através de medicações, geralmente administradas oralmente. Existem alguns medicamentos para administração oral que são eficazes contra os parasitas internos e externos.

Para além da profilaxia farmacológica, é importante prevenir infeções parasitárias através de uma gestão adequada do ambiente e hábitos do cão:

  • Manter o ambiente do cão limpo e seco.
  • Fornecer sempre água potável fresca.
  • Fornecer alimentos seguros: cozinhados ou previamente congelados.
  • Evitar hábitos de caça e o contato com animais mortos.

 

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